NOSSA HISTÓRIA

Publicado em 17-10-2021 03:15:30 | A CIDADE

Conheça a história da Cristais Paulista!

A exemplo do que aconteceu com muitas cidades da região, Cristais Paulista surgiu aos arredores de grandes plantações de café. A Villa dos Crystaes - vilarejo pertencente ao município e Comarca de Franca (SP) - começou a se formar por volta de 1895 em terras do fazendeiro Alexandre Vilela de Andrade, grande produtor cafeeiro da região. Em função da extensa área territorial da sua propriedade rural (margeada desde 1888 pelos trilhos da antiga estrada de ferro da Companhia de Trens Mogiana e que ligava o Porto de Santos/SP a região do Triangulo Mineiro/MG ), construiu uma enorme edificação para abrigar uma máquina de beneficiamento da produção agrícola de sua propriedade, servindo também aos vizinhos fazendeiros. Assim, aos poucos, surge um pequeno aglomerado de edificações nas proximidades dos trilhos da estrada de ferro e da estrada velha (lateral aos trilhos).


Em um contexto da política francana, sob os comandos do Partido Republicano Paulista (PRP), onde se inseriam vários moradores da Villa dos Crystaes, militantes do partido em pleno exercício de legislativos (vereança) o local ganha fórum de distrito mesmo com toda a ala do PRP francano tendo se posicionado contrariamente a sua elevação. O território é transformado em distrito de Crystaes no dia 28 de julho de 1910 por força da Lei Estadual 1.202. A elevação da Villa dos Crystaes a condição de distrito culmina com a necessidade de realização de mapeamento e planejamento urbanístico do local (trabalho este realizado pelo Engenheiro Agrônomo Luiz Rodrigues Nunes) e foi findado em maio de 1912 resultando assim no primeiro mapeamento urbano do local, com um traçado planejado em projeto que previa e permitia o avanço do crescimento ordenado da localidade. Ainda em 1912, atendendo a uma solicitação da Prefeitura Municipal de Franca, Alexandre Vilela de Andrade encaminha o mapeamento e faz constar neste as áreas que seriam doadas a municipalidade para expansão do distrito.


Destas áreas doadas constaram aberturas de ruas, praça central, igreja, salão paroquial, escolas, dentre outros equipamentos urbanos. Caberia assim ao doador a decisão sobre o destino que seria dado aos demais terrenos constantes do planejamento, podendo estes serem vendidos para construções residenciais ou comerciais para particulares em acordo com seus próprios critérios de comercialização. Cabe ressaltar, portanto, que dois fatores foram preponderantes para o surgimento de Cristais Paulista. No primeiro a disputa de representatividade política que visava aumentar o poder exercido pelos fazendeiros desta região - fato que gerou uma forte divisão do PRP francano e obrigam os grupos a se verem obrigados a demarcarem seus territórios para disputarem bases eleitorais e a representatividade de seus interesses.

Em segundo destaca-se o interesse comercial de um loteamento formado como sendo mais um bairro da cidade de Franca, cujo traçado constava três avenidas horizontais e nove ruas transversais, projetadas em um espaço muito maior do que o abrangido pelo pequeno aglomerado inicial da Villa dos Crystaes, mas seria determinante para o visionado desenvolvimento político futuro da cidade e também seu desenvolvimento enquanto espaço físico urbano. E, seguindo-se o planejamento urbano proposto, entre 1914 e 1920 o distrito de Crystaes passa a contar com importantes construções em modelos arquitetônicos arrojados, que demonstram a importância do local se autoafirmar como sendo localidade viável para seu próprio crescimento e desenvolvimento. Dentre as várias construções que surgem no período, pode-se citar a construção do Palacete do Coronel José Pedro de Faria (Cel. Juca Pedro) entre 1914 e 1917, a construção da Estação de Trens da Mogiana em 1918 e diversas unidades residenciais de grande valor arquitetônico.


Em 1945 Crystaes (cujo nome é oriundo da abundância de Cristais de Quartzo encontrados na região) é obrigado por força de Lei Federal a mudar de nome (em função da existência de outro município em Minas Gerais, mais antigo, com a mesma denominação) passando a se chamar então Guapuã, que em tupi Guarani significa Pouso Alto. O nome Guapuã, nunca aceito pela população local, vigorou até 1965, quando o antigo nome foi restituído acrescido do adjetivo Paulista para diferenciação do seu homônimo município mineiro. Em 1953 surge um movimento pró elevação do distrito a condição de município, que mesmo contando com uma grande comissão de moradores do local o movimento fracassa e derruba os sonhos dos cristalenses em se tornar um município independente política e administrativamente da cidade sede, por falta de apoio dos políticos francanos.

Nova oportunidade de emancipação surgiu em 1958 e foi novamente instituída uma comissão organizadora dos trabalhos de elevação do distrito a condição de município. Em 31 de dezembro do mesmo ano, o Governador do Estado de São Paulo, Jânio da Silva Quadros, na Lei Estadual 5.121 (que trata da Divisão Territorial do Estado de São Paulo) cria o município de Guapuã em território de 378km quadrados, pertencente a Comarca de Franca. Os meses seguintes exigiam a preparação para o primeiro processo eleitoral do recém criado município, fato que ocorre em 06 de outubro de 1959, elegendo seus primeiros representantes do Poder Executivo e do Legislativa. Em 1960, primeiro ano de exercício dos poderes municipais, são instaladas a sede da Prefeitura Municipal e da Câmara Municipal. O município passou enfim a decidir seus destinos políticos e administrativos.





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